terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares

As famílias podem se envolver ativamente nas decisões tomadas pelas escolas dos seus filhos. Candidatar-se a uma vaga no conselho escolar é uma boa maneira de acompanhar e auxiliar o trabalho dos gestores escolares.

O Conselho Escolar é constituído por representantes de pais,estudantes,professores, demais funcionários, membros da comunidade local e o diretor da escola. Cada escola deve estabelecer regras transparentes e democráticas de eleição dos membros do conselho.

Cabe ao Conselho Escolar zelar pela manutenção da escola e participar da gestão administrativa, pedagógica e financeira, contribuindo com as ações dos dirigentes escolares a fim de assegurar a qualidade de ensino. Eles têm funções deliberativas, consultivas, fiscais e mobilizadoras, garantindo a gestão democrática nas escolas públicas.

Entre as atividades dos conselheiros estão, por exemplo, definir e fiscalizar a aplicação dos recursos destinados à escola e discutir o projeto pedagógico com a direção e os professores.


                                                                                                                 Emily Curcino

A educação no Brasil aumenta a desigualdade

Gustavo Ioschpe

Economista afirma que o governo gasta mal o dinheiro do ensino e defende a cobrança de mensalidade nas universidades públicas














Aos 28 anos de idade, o gaúcho Gustavo Ioschpe nunca teve o que reclamar
 da educação que recebeu, mas sabe que, no Brasil, é uma exceção.
 De família rica, estudou nas melhores escolas do País e graduou-se no Exterior.
 Ao aprofundar seus estudos sobre educação, percebeu que havia uma lacuna na
relação entre desenvolvimento econômico e ensino. Ao final de dois anos de trabalho
intenso sobre o tema, nasceu o livro vencedor do Prêmio Jabuti 2005,
 A ignorância custa um mundo, publicado pela Editora Francis. É a visão de um
economista sobre o sistema educacional brasileiro.
Com a nova abordagem, espera arejar as discussões sobre políticas públicas de desenvolvimento. Munido de números e estatísticas, Ioschpe afirma que a educação
 brasileira é muito ruim e alerta que “estamos perdendo o bonde da história”.
Sem medo de mexer em temas espinhosos, critica os ganhos elevados dos professores universitários, defende a cobrança de mensalidade nas universidades públicas e
assegura que a elite intelectual universitária, que se diz de esquerda, defende um
sistema educacional que perpetua a desigualdade de renda no País.
 -
Qual a sua avaliação da educação brasileira?
GUSTAVO IOSCHPE -
Vivemos um momento em que o Brasil está perdendo o bonde da história. O mundo em geral, especialmente os países desenvolvidos, está
massificando o ensino universitário, e o Brasil continua tendo uma universidade
voltada para a elite. Os países desenvolvidos já estão há décadas com 100% de
matrícula no ensino primário e secundário. E só agora o Brasil conseguiu 100%
 no ensino fundamental, enquanto o ensino médio está em 40%. Abre-se um abismo não só entre o Brasil e os países desenvolvidos, mas também entre outros países subdesenvolvidos, como a China e o Chile, que estão avançando na área educacional
. Tem de haver um movimento muito acelerado de recuperação da educação no
Brasil. E isso só vai acontecer quando a sociedade brasileira entender a educação
 como uma variável estratégica para o desenvolvimento e exigir do poder público
 um ensino de resultado. Já os professores, diretores, as pessoas que pensam a educação, têm um componente ideológico muito forte.
-
De que maneira isso atrapalha o sistema educacional?
GUSTAVO IOSCHPE -
É um critério subjetivo. Não há como mensurar se uma escola é boa ou ruim, já que não se tem como medir se se está criando um cidadão consciente, participativo e politicamente engajado. E também porque isso impede o desenvolvimento de uma educação voltada para objetivos mensuráveis e técnicos
de qualidade. E quando se cobram resultados mensuráveis e qualitativos do ensino,
 como a melhora no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), incremento da taxa de alfabetização, melhora na taxa de repetência, o refrão é
sempre o mesmo: avaliar qualitativamente o ensino é reducionismo, é reduzir o
papel da educação a coisas técnicas.
Que outros fatores podem explicar esse baixo aproveitamento?
GUSTAVO IOSCHPE -
Além da ideologização dos professores, há a falta da qualidade do ensino. Para não ser injusto com os professores, temos uma série de deficiências inacreditáveis, como escolas sem diretor, sem lousa, sem biblioteca e até sem
carteiras. Outra questão é a perda de tempo com discussões pedagógicas.
 É Paulo Freire para cá, Piaget (Jean) e Vigotski (Liev) para lá, construtivismo, neoconstrutivismo, construtivismo social... O nosso problema não é pedagógico.
Essa discussão só faz sentido em países de Primeiro Mundo. Vamos focar esforços
 para ensinar nossas crianças a ler e escrever na primeira série. Quando tivermos
taxa de repetência de 2% ou 3%, aí sim migramos para questões mais sofisticadas.
O problema da educação brasileira é uma
questão de alocação de recursos, de implantar métodos certos para os lugares certos.
Em termos de porcentagem do PIB, o Brasil gasta em educação uma quantia similar à de países desenvolvidos. Por que não avançamos?
GUSTAVO IOSCHPE -
Na hora de distribuir os recursos, ocorre uma ineficiência brutal, principalmente devido aos altos custos do ensino universitário. Na média, os países
 em desenvolvimento gastam com um universitário quatro vezes mais do que com
um aluno do ensino médio. Nas nações desenvolvidas, essa proporção cai para 1,7
aluno. Já no Brasil, um universitário custa o mesmo que 15 alunos do ensino médio.
É desproporcional. O gasto com um universitário público brasileiro é
 proporcionalmente quatro vezes mais alto do que com um universitário das
 melhores escolas do mundo. Não é que falte dinheiro; ele é muito mal gasto.
Vai uma montanha de dinheiro indevida para subsidiar filhinho de papai na
 universidade pública. E tem muito desperdício, para não falar em corrupção.
Por que o sr. defende o fim da gratuidade do ensino universitário?
GUSTAVO IOSCHPE -
No perfil de renda dos alunos das universidades públicas,
 uma grande parte poderia pagar. O que prova isso é o hábito das famílias de classe média alta de dar um carro para o filho que ingressa na universidade pública.
Não tem confissão maior de que esse aluno não precisa receber o benefício.
 Como essa elite vai para cursos com boa aceitação no mercado, ela terá um
 grande aumento de renda privada como fruto dessa educação subsidiada. 
Para o sr., o fim da educação subsidiada também deveria ir além do 
ensino universitário?
GUSTAVO IOSCHPE -
Proponho também acabar com o desconto do Imposto de Renda
com gastos em educação. O que acontece de fato é o financiamento do ensino
privado com dinheiro público. Não tenho nada contra o Estado pagar a educação
de seu povo, pelo contrário, mas não vamos fazer dois sistemas educacionais,
um sem qualidade e outro com qualidade.
Mas isso não concretizaria a mercantilização do ensino?
GUSTAVO IOSCHPE -
Não. Mercantilização do ensino é um discurso pseudo-esquerdista.
Temos um ensino que atende uma pequena elite e confere a essa elite os
 mecanismos para que ela perpetue a sua dominação e a desigualdade de renda.
 Cobrar mensalidade não é privatizar a educação. De qualquer jeito, a sociedade
 já está pagando pelo ensino das pessoas. É melhor que quem possa pague, e não
 que a sociedade inteira arque com os custos. Não há universidade gratuita. 
Por que o assunto de cobrança de mensalidade nas universidades 
públicas sofre tanta resistência?
GUSTAVO IOSCHPE -
Porque as pessoas que recebem este benefício são as que têm
poder político, econômico e voz para reclamar. Na pesquisa para o livro, descobr
i um dado que me deixou estarrecido. O principal fator que explica a desigualdade
é justamente a educação. Ao invés de diminuir o fosso, a educação no Brasil
aumenta a desigualdade, respondendo sozinha por 50% da diferença de renda no
País. É chocante. Nos outros países, à medida que o sistema educacional é ampliado
, como na Coréia do Sul, a desigualdade diminui. Aqui foi o contrário. Nisso,
a questão universitária é um nó muito importante
A educação brasileira caminha para a privatização?






















GUSTAVO IOSCHPE -



O sistema universitário já foi privatizado, graças à própria inoperância e ao gasto absurdo das universidades públicas.
Enquanto houver essa estrutura de custos na universidade pública, ela vai continuar sendo uma universidade de elite.
-Então os intelectuais de esquerda defendem uma educação que privilegia a elite?
GUSTAVO IOSCHPE -

A universidade pública não é um bem público, pois privilegia uma elite e gera uma desigualdade de renda. Eu me considero uma
pessoa de esquerda, mas, quando falo em
cobrança de mensalidade e outras propostas,
dizem que é coisa da direita.

                                                                            Emily Curcino

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O número de ingressantes no ensino superior é semelhante ao de 4 anos atrás

Crescimento no número de ingressos no ensino superior desacelerou em 2010, mostram dados de censo divulgado nesta segunda-feira 28/11/2011.

O número de estudantes que ingressaram no ensino superior em 2010 foi semelhante ao dos anos anteriores, num sinal de desaceleração dos avanços na área. No ano passado, pouco menos de 2,2 milhões de estudantes entraram no ensino superior no Brasil. O índice, embora maior do que o de 2009, é semelhante aos de 2007 e 2008. O Brasil encerrou o ano de 2010 com cerca de 6,5 milhões de estudantes universitários – dos quais 173 mil se dedicam a uma pós-graduação. Um número ínfimo quando colocado em perspectiva: os universitários são apenas 3,4% da população brasileira, estimada pelo IBGE em 190,7 milhões de pessoas.
“Houve um incremento muito forte na década, que fecha mais do que dobrando o número de universitários no Brasil”, disse o ministro da Educação, Fernando Haddad, em entrevista coletiva. O petista ressaltou ainda que o Brasil está caminhando para superar as metas do Plano Nacional de Educação, que traçou objetivos até 2020. Apesar do crescimento, o número de alunos formados continua sendo menos da metade dos que ingressam na faculdade: no ano passado, pouco mais de 970 mil alunos concluíram o ensino superior.
O censo divulgado nesta segunda-feira mostrou também o avanço do ensino noturno: hoje, mais de 70% dos estudantes da rede privada e cerca de 30% dos alunos da rede federal optam por essa modalidade. O ensino à distância, que há uma década tinha uma participação irrisória, abarca atualmente 14,6% do total de alunos matriculados.
Qualidade – O crescimento do número de estudantes no ensino superior não tem sido acompanhado de uma evolução igualmente rápida na qualidade de ensino. “Nós estamos trabalhando, porque os problemas são globais. O Brasil está caminhando para isso. Nós temos melhorado todos os indicadores de qualidade interna. E, quanto à excelência, temos um predomínio na América Latina”, disse Luiz Cláudio Costa, secretário Nacional de Ensino Superior.

                                                                                                                 Emily Curcino

Projeto Educação Profissional encerra inscrições amanhã

Interessados em concorrer a uma vaga para o curso técnico de nível médio da rede estadual têm até esta quarta-feira para se inscreverem. Serão ofertados 49 cursos na forma de articulação subseqüente, ou seja, para quem já concluiu o ensino médio na rede pública de ensino até o ano de 2011 e quer voltar a estudar e fazer um curso técnico de nível médio.
São 7.844 vagas para os Centros Territorias e Centros Estaduais de Educação Profissional na capital e interior. As vagas são para o primeiro e segundo semestres de 2012. As inscrições estão sendo feitas desde o último dia 18, exclusivamente, no Portal da Educação e no blog da Educação Profissional.
 
As vagas serão distribuídas por sorteio eletrônico que acontecerá no dia 13 de dezembro, às 15h, no Instituto Anísio Teixeira (IAT). O sorteio que será transmitido por videoconferência e será acompanhado por órgãos controladores do Estado, como o Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas, Auditoria Geral do Estado, Conselho Estadual de Educação, professores e será aberto para acompanhamento de estudantes, pais e mães.
 A matrícula para os contemplados no sorteio eletrônico ocorrerá dias 24 e 25 de janeiro de 2012. O início das aulas está previsto para 7 de fevereiro de 2012.

Veja o calendário e não perca tempo


 Alessandra Oliveira




Programa Educacional Norte-Americano é Implantado no Brasil

O Programa Educacional de Resistência às Drogas – PROERD é a adaptação brasileira do programa norte-americano Drug Abuse Resistence Education – D.A.R.E., surgido em 1983. No Brasil, o programa foi implantado em 1992, pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, e hoje é adotado em todo o país. O programa consiste em uma ação conjunta entre as Policias Militares, Escolas e Famílias, no sentido de prevenir o abuso de drogas e a violência entre estudantes, bem como ajudá-los a reconhecer as pressões e as influências diárias que contribuem ao uso de drogas e à prática de violência, desenvolvendo habilidades para resisti-las.
No estado da Bahia o programa foi implantado em 2003, na Fundação Bradesco com os Policiais Militares da 3ª CIPM de cajazeiras que foram devidamente capacitados.
A escola que tiver interesse em participar entra em contato com a companhia da policia militar do bairro ao qual está localizada e solicita a aplicação do programa que é apresentado aos familiares e somente com a sua autorização o aluno passa a freqüentar as aulas. 
As aulas que são acompanhadas com uma cartilha acontecem em apenas um dia da semana tendo duração de uma hora. O material didático é composto de 10 lições que abordam os malefícios das drogas licitas e ilícitas, como se prevenir e o combate a qualquer tipo de violência. Ao término do programa o aluno participa de uma solenidade de formatura, para tanto ele precisa: preencher corretamente o livro do estudante; freqüentar as aulas (no máximo duas faltas justificadas); comportar-se bem durante as aulas, respeitando os combinados PROERD; escrever uma redação para a formatura, mostrando os novos conhecimentos por fim, manter-se longe das drogas. A uniformização característica militar, somada à divulgação da marca, decorre da aquisição de um Kit, camisa e boné, cujo comércio se dá entre escola e fabricante, uma vez que a Secretária de Segurança Pública – Polícia Militar, não disponibiliza esse material. Enfim o aluno contribui com uma taxa de R$ 12,00, usado na compra de uma camisa e um boné padronizado para participar de uma solenidade formal onde ele recebe um diploma que o destaca como PROERDIANO. 
Como instrutora do programa a sargento Fabiana Almeida, que atua na Escola Jesus Cristo localizada em Pau da Lima, relata que a maior dificuldade se encontra nas famílias dos alunos que já são usuários de drogas, já que ela busca a conscientização pela prevenção.    
A parceria família, escola e policia vem dando certo, pois estudos e pesquisas relataram que mais de 70% dos alunos que já participaram das aulas passaram a ter consciência e hoje com a maior idade não fazem uso de drogas e os que já faziam deixaram de consumir.
Segundo Cap. Leão, coordenador do programa no Estado da Bahia, o funcionamento do programa depende de recursos financeiros, humanos e da capacitação dos instrutores. “Para atender a demanda das escolas que é maior que a companhia militar, necessitaria de maiores investimentos”.     
O programa que é preventivo atua em escolas da rede pública e privada, especialmente nas áreas de grande risco. Para o Subtenente Roberval Barreto, instrutor do programa desde 2003 o sucesso do programa na sua totalidade depende de maior investimento para a sua efetivação e do desempenho de cada parte envolvida.
A estudante Suélen Conceição que participou do programa na 4ª e 5ª série nos anos 2008 e 2009 garante que as aulas são bastante atrativas e permite ao aluno uma reflexão sobre a violência e as graves conseqüências do consumo de drogas. 



Alessandra Oliveira
Emily Curcino 
Jaquison Ribeiro